Lúpus: o que é, tipos, sintomas e tratamento

Lúpus: o que é, tipos, sintomas e tratamento

Você já ouviu falar no Lúpus? Trata-se de uma doença bastante “democrática” pois pode afetar pessoas de todas as idades e de ambos os sexos. O lúpus faz parte da lista de doenças autoimunes e é caracterizado por uma inflamação multissistêmica que pode gerar sintomas leves, graves e moderados. Os sintomas variam muito e podem ir e vir ao longo da vida de uma pessoa. Não há cura, mas há bons recursos terapêuticos que podem auxiliar no controle da doença. Saiba a seguir tudo sobre o lúpus, o que é, sintomas e quais os tratamentos disponíveis. 

Índice

  • O que é lúpus
  • Tipos de lúpus
  • 13 sintomas de lúpus
  • Como é o tratamento do lúpus

O que é lúpus

O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença inflamatória autoimune crônica, que pode afetar qualquer parte do corpo. Suas causas exatas são desconhecidas, mas sabe-se que a doença geralmente ocorre entre famílias e apresenta uma variedade de características e sintomas. A doença promove a formação de anticorpos e imunocomplexos, que podem causar danos em múltiplos órgãos como pele, rins e sistema nervoso central.

Algumas pessoas acreditam que o lúpus é contagioso, mas a verdade é que essa doença não é transmissível. Ninguém sabe exatamente o que causa o lúpus, mas se sabe que a doença pode se desenvolver em resposta a certos hormônios (como estrogênio) ou gatilhos ambientais.

Tipos de lúpus

Existem 4 tipos de lúpus e o mais comum é o lúpus eritematoso sistêmico (LES), que compreende 70% dos casos da doença. Esse tende a ser o tipo mais grave, pois se manifesta de forma sistêmica causando inflamação em órgãos, como:

  • pele;
  • pulmões;
  • articulações;
  • coração;
  • rins;
  • sangue.

A inflamação pode afetar um ou vários órgãos ao mesmo tempo, em ciclos de surtos e remissões.

Os demais tipos de lúpus são menos comuns e incluem:

Lúpus cutâneo

É um tipo de lúpus que se limita à pele, ou seja, os sintomas da doença afetam apenas a pele. O lúpus cutâneo se manifesta na forma de lesões que podem surgir no couro cabeludo, rosto e até dentro das orelhas. As lesões mais comuns são vermelhas, espessas e escamosas que podem levar a descoloração da pele.

Lúpus induzido por medicamentos

Essa forma de lúpus é desenvolvida pelo uso contínuo de certos medicamentos prescritos. Os sintomas são semelhantes aos do LES, só que menos graves. Os sintomas surgem após meses de uso constante do medicamento e a manifestação mais comum desse lúpus é a erupção cutânea.

Lúpus neonatal

Esse é o tipo mais raro. A condição afeta apenas bebês de mulheres que têm lúpus, que transmitem certos anticorpos por meio da placenta. Ao nascer, os bebês podem apresentar erupções cutâneas, problemas no fígado e baixa contagem sanguínea.

13 sintomas de lúpus

Em função do lúpus afetar praticamente qualquer órgão do corpo, os sintomas são muito variados e podem mudar ao longo da vida de uma pessoa que tem a doença. Com o tempo, novos sintomas podem se desenvolver ou alguns sintomas podem ocorrer com menos frequência.

Existem 13 sintomas que são frequentemente observados em quem tem a doença:

  1. dores musculares e articulares;
  2. febre;
  3. erupções cutâneas;
  4. dor no peito;
  5. queda de cabelo;
  6. sensibilidade ao sol;
  7. problemas renais;
  8. aftas;
  9. fadiga extrema;
  10. anemia;
  11. problemas de memória;
  12. tendência à coagulação sanguínea;
  13. doença ocular.

Agora você sabe o que é lúpus e quais os sintomas dessa doença, a seguir você vai conhecer as principais formas de tratamento.

Como é o tratamento do lúpus

O lúpus não tem cura, no entanto existem formas de controlar a doença. O tratamento inclui principalmente a regulação imunológica com objetivo de manter a atividade da doença baixa e proteger os órgãos afetados. Segundo estudos, o tratamento medicamentoso mais bem estabelecido do lúpus inclui o uso de corticoides e hidroxicloroquina. Em alguns casos, o uso de hormônios também é considerado para controle da doença.

Mas, apesar dessas propostas farmacológicas serem eficazes, existe uma necessidade urgente de desenvolver opções de tratamento que ofereçam bons efeitos terapêuticos com poucos efeitos adversos. Além disso, as taxas de resposta clínica e remissão funcional desses medicamentos ainda não são 100% satisfatórias.

Nesse contexto, estudos recentes apresentam novos insights sobre estratégias terapêuticas que têm sido propostas para melhorar o controle da atividade da doença. As novas abordagens podem reduzir significativamente o acúmulo de danos e promover a melhora da qualidade de vida dos pacientes. As opções terapêuticas mais promissoras são:

Uso de probióticos e prebióticos

Atualmente, há evidências mostrando que a disbiose da microbiota intestinal pode desempenhar um papel crucial no desenvolvimento do lúpus. Isso indica que o foco na manipulação da colônia de bactérias da microbiota é uma grande promessa para o controle do lúpus. Estudos  revelam que intervenções direcionadas à microbiota intestinal incluem principalmente mudanças na dieta e o uso de probióticos e prebióticos. Melhorar a saúde do intestino como um todo pode ajudar a amenizar a inflamação sistêmica típica da doença.

Suplementação de ômega 3

Estudos sugerem que a suplementação com ácidos graxos ômega-3 pode ser um excelente adjuvante no tratamento medicamentoso tradicional do Lúpus. Isso se deve ao seu extraordinário efeito anti-inflamatório. Essa classe de lipídeos está associada à produção de eicosanóides com menor ação inflamatória, além da redução dos níveis séricos de citocinas inflamatórias e da ativação de linfócitos T.

Esse ácido graxo tem o potencial de minimizar a inflamação desenfreada causada pela doença, sendo bastante útil para controlar os sintomas. Não à toa, estudos recentes indicam que o consumo de suplementos de ômega-3 se mostrou promissor na prevenção e tratamento de lúpus e outras doenças autoimunes.

De modo geral, a nutrição adequada pode promover os seguintes benefícios para quem tem lúpus:

  • redução da inflamação (vermelhidão e inchaço);
  • prevenção de deficiências nutricionais;
  • melhora da imunidade;
  • manutenção de ossos e músculos saudáveis e funcionais;
  • diminuição dos efeitos colaterais dos medicamentos;
  • manutenção de peso adequado;
  • redução do risco de doenças cardíacas.

A Lupus Foundation of America também recomenda a limitação do uso de sódio, gordura saturada e açúcares adicionados. Reduzir esses ingredientes pode diminuir a gravidade de alguns sintomas, bem como evitar o desenvolvimento de pressão alta e diabetes. Pequenas mudanças nos hábitos alimentares e a suplementação adequada podem fazer uma grande diferença na vida de quem tem lúpus.

A medicina e a nutrição ainda estão desvendando sobre os impactos da dieta e outros fatores do estilo de vida na saúde dos pacientes que convivem com doenças autoimunes como o lúpus. Ainda há muito o que descobrir e o futuro é bastante promissor nesse sentido!

 

Conteúdo escrito por Rafaela Galvão, publicitária pela ESPM-SUL e estudante do 7˚ semestre de nutrição na Unisul. Desenvolve projetos de comunicação e produção de conteúdo para a área da saúde desde 2016.

Referências

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