Como os astronautas se alimentam no espaço?

Como os astronautas se alimentam no espaço?

Explorar o espaço e outros planetas já é uma realidade. Porém, para viver fora do planeta terra, mesmo que seja por um período, nosso corpo precisa ser abastecido com alimentos. Se você está com curiosidade para conhecer quais são as comidas dos astronautas nas viagens espaciais, está no lugar certo!

Índice
  • Alimentação dos astronautas
  • Tipos de alimentos para viagens espaciais
  • Como os alimentos se comportam em microgravidade?
  • Como fica a percepção dos sentidos dos astronautas?
  • Você também quer experimentar Spirulina e Chlorella?

Alimentação dos astronautas

Antes da primeira refeição feita no espaço, a expectativa era grande, pois não sabiam se os humanos conseguiriam engolir e digerir os alimentos sem a ação da  gravidade. Logo, grande parte das pesquisas na década de 1960 era focada nesses dois aspectos: a deglutição e a digestão dos alimentos no espaço. Mais tarde, esse problema foi esclarecido, já que por essas atividades são os músculos da garganta os responsáveis.

A nutrição e a alimentação adequada dos astronautas é muito importante para manter a segurança e desempenho no período de trabalho em que estarão no espaço. O ambiente do voo espacial promove várias mudanças no corpo, como perda óssea e diminuição da massa muscular. Existem dois objetivos que as comidas espaciais precisam atingir, que é suprir as carências fisiológicas e preencher as necessidades psicológicas com prazer e conforto em meio às longas e difíceis missões espaciais.

Atualmente, na missão do ônibus espacial, um veículo de abastecimento faz o fornecimento de suprimentos. Os resíduos gerados são compactados e incinerados dentro do veículo de abastecimento. Esse sistema que depende da Terra para o fornecimento de alimentos dificulta viagens mais longas para desbravar outros planetas como Marte.

As missões futuras, que almejam voos espaciais de longa duração, estão contando com meios de agricultura espacial para produzir e fornecer alimentos, água e oxigênio.  

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Tipos de alimentos para viagens espaciais

Os alimentos que vão nas viagens para o espaço exigem uma série de características: eles precisam ser pequenos, leves, fáceis de transportar e de comer. Além disso, necessitam suportar a vibração, radiação e baixa pressão. Se formos comparar com a nossa comida do dia a dia, os alimentos dos astronautas são diferentes na composição e no armazenamento, assim como no valor nutricional e na forma de comer.

Até a embalagem é diferente, pois ela precisa prevenir a contaminação por microorganismos, proteger de perigos físicos e controlar a troca de oxigênio e água com o ambiente externo. O desenvolvimento da tecnologia foi aprimorando as embalagens, como com o uso de bolsas e latas, podendo ser armazenadas em temperatura ambiente e por um período maior.

No projeto Mercury, no início dos anos 1960, a primeira comida espacial tinha 3 formatos. Existiam os alimentos tubulares, que precisavam ser espremidos na boca como pasta de dente, os alimentos comprimidos em cubos, em que a medida era de meia polegada para serem engolidos de uma só vez, e os alimentos liofilizados, que precisavam ser reidratados (técnica ainda utilizada).

Atualmente, os astronautas têm no espaço tanto geladeiras e aquecedores de comida, quanto máquinas de café e impressora de alimentos em 3D. A escolha dos alimentos no espaço é feita na Terra. Eles podem desfrutar mais de 200 pratos, como sorvetes, filé, lagosta e comidas regionais tipo kimchi ou ensopado de curry indiano.

Processamentos de comidas espaciais:

  • tecnologia de liofilização;
  • tecnologia de impressão 3D;
  • processamento de alta pressão;
  • esterilização por irradiação;
  • sistema de preparação de alimentos em órbita.

O sistema de preparação de alimentos em órbita são híbridos de suporte à vida. Podem ser usados a bordo de espaçonaves ou em estações espaciais. Servem para garantir à tripulação quantidade suficiente de comida, água e oxigênio em grandes missões espaciais .

O cultivo mais estudado pela Nasa e promissor pela agronomia espacial é a Chlorella e a Spirulina, uma microalga e uma cianobactéria, conhecidas como superalimentos. Você sabe porque elas se diferenciam dos demais cultivos agrícolas no espaço? Chlorella e Spirulina têm tantos destaques positivos que montamos uma lista com 8 singularidades de seu cultivo espacial:

  1. são fontes de carotenoides, composto bioativo importante para a saúde dos olhos. Os astronautas não podem ficar com carência, já que seus olhos sofrem maiores efeitos à radiação cósmica;
  2. elas produzem até dez vezes mais fotossíntese que outras plantas mais complexas. As plantas exercem papel vital no sistema de suporte à vida, já que na fotossíntese absorvem o dióxido de carbono para produzir oxigênio, renovando a circulação do ar;
  3. são fotoautotróficas, ou seja, produzem seus nutrientes através dos raios solares. Logo, são fáceis de cultivar e se adaptam a várias condições ambientais. A Spirulina ainda tolera níveis mais altos de irradiação aguda;
  4. nutricionalmente, a biomassa da Chlorella e da Spirulina serve como um excelente suplemento dietético, chega cobrir até 30% das necessidades nutricionais diárias dos astronautas. A Chlorella é rica em proteínas, contendo até 58% na biomassa, apresenta todos os aminoácidos essenciais e também contém fibras, minerais, vitaminas, ácidos graxos insaturados, antioxidantes;
  5. as bactérias presentes no cultivo das algas são capazes de produzir a vitamina b12 através de uma relação simbiótica;
  6. é possível fazer o tratamento das águas residuais da espaçonave;
  7. atuam como biofertilizante para o cultivo de outras plantas;
  8. são aplicáveis como ração animal e de aquicultura.

Como os alimentos se comportam em microgravidade?

Os alimentos que os astronautas comem no espaço são praticamente os mesmos que aqui na Terra, se diferenciando apenas nas características estruturais ou morfológicas devido a embalagem e a maneira de consumir.

A microgravidade interfere no comportamento dos alimentos e dos objetos na espaçonave. Em razão disso, os alimentos devem ser armazenados para evitar que a comida se mova dentro da espaçonave e espalhe migalhas ou líquidos que possam danificar o equipamento ou a tripulação. A solução para alguns alimentos é  embalar com líquidos, para formar pedaços únicos e consumir direto da embalagem, minimizando a manipulação.  

O cheiro da comida, que vem de moléculas aromáticas, apresenta, da mesma forma, comportamentos diferentes na microgravidade ou na ausência da gravidade. O resultado é um alimento insípido, que acarreta num menor apetite da tripulação.

O crescimento das plantas fora do impacto da gravidade também está sendo registrado. Curiosamente, o comportamento e o desenvolvimento da raiz no espaço apresenta algumas semelhanças, como o alongamento da raiz em sentido oposto da semente em busca de água e nutrientes, igualmente como na Terra. A experiência do crescimento biológico sem o contexto da gravidade é totalmente nova para qualquer organismo do planeta Terra. Logo, perceber a resposta das raízes no seu desenvolvimento, independente da ação da gravidade, afirma a possibilidade de cultivar plantas no espaço.

Como fica a percepção dos sentidos dos astronautas?

Os astronautas consomem, em média, apenas 80% de suas necessidades diárias de calorias quando estão no espaço. Esse déficit calórico pode não causar grandes efeitos em missões de até 12 meses, mas gera preocupação em missões futuras a Marte, que levariam 3 anos, em média.

Os sentidos sensoriais dos astronautas sofrem de um efeito gravitacional conhecido por quem já esteve gripado, que é o excesso de fluido nas vias nasais. A congestão nasal diminui a quantidade de moléculas aromáticas que chega aos receptores presentes no nariz. E o cheiro da comida é essencial para abrir o apetite, não é mesmo?

Outras interferências nos sentidos sensoriais e no apetite que a viagem espacial impacta, incluem:

  • fatores psicológico, já que a monotonia e as emoções têm relação com a fome e saciedade;
  • prazo de validade dos alimentos, pois com o passar dos dias a qualidade dos alimentos diminuem;
  • a água reciclada, apesar de ser segura para beber, pode conter sabor ou odor diferente;
  • pressão atmosférica e o barulho podem causar grandes desconfortos olfativos. 

Você também quer experimentar Spirulina e Chlorella?

Agora que você já sabe quais são as comidas de astronautas e que a Chlorella e Spirulina são os alimentos do futuro, ficou curioso para experimentar?

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Referências:

Conteúdo escrito por Vitória C. Diehl, cozinheira chef pela univali e estudante do 7˚ semestre de nutrição na Unopar. Atua na área de gastronomia desde 2012 e produção de conteúdo para área da saúde desde 2021.

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