Vitamina D baixa: causas e sintomas
Considerada uma das condições médicas mais comuns, pesquisas estimam que um bilhão de pessoas no mundo tenham deficiência de vitamina D. Esse dado é bastante preocupante, pois a vitamina D baixa pode trazer importantes consequências para a saúde de uma pessoa. Entre os principais danos estão: mau desenvolvimento ósseo, aumento do risco para doenças comuns e doenças crônicas, como câncer, diabetes, doenças cardiovasculares e autoimunes. Por isso, é importante saber identificar as causas e os sintomas da falta de vitamina D o mais cedo possível! Saiba tudo isso a seguir!
Índice
- Para que serve a vitamina D?
- Causas da deficiência de vitamina D
- 7 sintomas da vitamina D baixa
- Como aumentar a vitamina D?
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Para que serve a vitamina D?
Rotulada com a “vitamina do Sol”, a vitamina D é sintetizada pelo corpo por meio do contato da pele com os raios solares. Essa vitamina é exigida para a manutenção da concentração de cálcio e fósforo no organismo e, sem vitamina D, apenas 15% do cálcio e cerca de 60% do fósforo são absorvidos.
Além disso, estudos revelam que a vitamina D tem uma função fisiológica fora do metabolismo do cálcio. O receptor dessa vitamina está presente nos principais órgãos e células do corpo, como intestino delgado, cólon, linfócitos T e B, cérebro e pele. Por isso, se sugere que a vitamina D estimula a produção de insulina, modula a função dos linfócitos T e B ativados, previne doenças inflamatórias intestinais e afeta, até mesm,o a contratilidade miocárdica.
Só que, para a vitamina D exercer suas funções adequadamente, é preciso ter quantidades apropriadas no corpo. Nesse contexto, a Endocrine Society define a deficiência de vitamina D como 25(OH)D abaixo de 20 ng/ml (50 nmol/litro) e a insuficiência de vitamina D como 25(OH)D de 21–29 ng/ml (525–725 nmol/litro). Mas, o que pode fazer com que os níveis de vitamina D baixem? Uma série de fatores podem abalar o nível normal de vitamina D.
Causas da deficiência de vitamina D
A principal causa da baixa vitamina D é a pouca exposição à luz solar natural ou a exposição “inadequada”. Estudos revelam, por exemplo, que o uso de protetor solar com fator de proteção solar de 30 reduz a síntese de vitamina D na pele em mais de 95%. Por outro lado, usar protetor solar é imprescindível para evitar os danos à pele e prevenir o câncer de pele. É por isso que a prevalência da deficiência dessa vitamina não surpreende, pois obtê-la por meio da exposição solar de forma segura é um grande desafio.
Outro fator que contribui para a carência dessa vitamina é o fato de que poucos alimentos são fonte natural de vitamina D – e apenas alguns são enriquecidos com ela. Sendo assim, a opção de suprir as demandas do corpo através da dieta pode não ser suficiente.
Além da pouca exposição solar e da falta de alimentos fonte de vitamina D, a Endocrine Society aponta outros 5 fatores de risco que podem contribuir para causar a deficiência de vitamina D:
Ter a pele escura
Pessoas que possuem um tom de pele naturalmente escuro têm proteção solar natural e requerem, pelo menos, 3 a 5 vezes mais exposição para produzir a mesma quantidade de vitamina D que uma pessoa com um tom de pele mais claro.
Obesidade
Existe uma associação inversa dos níveis de vitamina D sérico e índice de massa corporal (IMC) maior que 30. Assim, a obesidade está associada à deficiência de vitamina D.
Trabalhar dentro de casa ou em turno noturno
Isso contribui para a pouca exposição solar e, portanto, é um fator de risco para a vitamina d baixa.
Ter doença renal crônica, doença hepática ou uma condição de saúde que afeta a absorção de nutrientes (doença de Crohn ou doença celíaca)
Essas doenças impedem a absorção completa da vitamina D pelo organismo.
Usar certos medicamentos que afetam o metabolismo da vitamina D, como estatinas e esteróides
Por vezes, a vitamina D baixa será resultado de múltiplos fatores que atuam em conjunto, de forma crônica, para diminuir os níveis dessa vitamina no corpo. Quando a deficiência se estabelece, alguns sintomas podem surgir – confira-os no próximo tópico.
7 sintomas da vitamina d baixa
O principal ponto abalado pela falta de vitamina D é o metabolismo do cálcio e fósforo. Especificamente, a deficiência dessa vitamina causa uma diminuição na eficiência da absorção intestinal de cálcio e fósforo – e isso gera diversos sintomas ósseos, musculares e articulares. Além disso, a imunidade também é afetada acarretando em sintomas de ordem imunológica.
Dito isso, abaixo estão 7 sintomas que a vitamina D baixa pode causar:
Gripes, resfriados e infecções frequentes
Resfriados frequentes em decorrência da imunidade enfraquecida pode ser um sinal de quando a vitamina D está baixa. Estudos revelam que existe uma relação incontestável entre a vitamina D e o sistema imunológico com fortes evidências sobre o papel fisiológico dessa vitamina na regulação do sistema imune. Isso ocorre, principalmente, porque diversas células imunológicas possuem receptores para a vitamina D e, portanto, têm suas funções moduladas por essa vitamina.
Dor óssea
Começar a sentir dor nos ossos, como na lombar, por exemplo, é um dos maiores perigos da falta de vitamina D porque essas dores podem evoluir para doenças mais graves e, até mesmo, fraturas. Segundo estudos, a vitamina D desempenha um papel significativo no metabolismo ósseo e na função neuromuscular – e isso indica que a falta dessa vitamina pode estar relacionada à dor musculoesquelética crônica.
Fadiga
Sentir um cansaço extremo com frequência pode ser resultado de vários fatores, incluindo a falta de vitamina D. Um estudo que examinou a relação entre a percepção de fadiga/cansaço e a baixa vitamina D em enfermeiras verificou uma associação importante. Devido à natureza da profissão, que oferece pouca exposição à luz solar e a consequente deficiência de vitamina D, a alta prevalência de fadiga entre os enfermeiros pode ser atribuída à deficiência dessa vitamina.
Queda de cabelo
Quem nunca ouviu falar que queda de cabelo é falta de vitaminas? De fato, os micronutrientes, como as vitaminas e os minerais, desempenham um papel importante no desenvolvimento normal do folículo piloso, renovação celular, força e crescimento dos fios. Nesse contexto, um estudo sugere que, devido às funções da vitamina D na pele e seu efeito imunomodulador, a falta dela pode estar envolvida no desenvolvimento de alopécia. Por isso, a queda de cabelo pode ser um dos sinais de falta de vitamina D.
Perda da massa óssea
A vitamina D é essencial para a manutenção do tecido ósseo, pois desempenha um papel crucial na absorção de cálcio e fósforo. Portanto, não é à toa que um dos principais sintomas de vitamina D baixa é a perda da massa óssea. Nesse cenário, um estudo descobriu que a ingestão adequada de vitamina D pode ser uma boa estratégia para proteger a massa óssea e reduzir o risco de fratura.
Má cicatrização
A capacidade de cicatrização está intimamente conectada aos níveis de vitamina D do corpo. Nesse sentido, um estudo mostrou que a vitamina D aumenta a produção de compostos que são cruciais para a formação de uma nova pele. A falta dessa vitamina compromete diversos aspectos da cicatrização, como o controle da inflamação e a eficiência da construção de um novo tecido. Portanto, a má cicatrização pode ser um dos sintomas da vitamina D baixa.
Dor muscular
Uma das causas potenciais da dor muscular é a vitamina D baixa. Dados atuais publicados em estudos apontam a insuficiência de vitamina D desempenhando um papel na dor musculoesquelética e sarcopenia. Isso ocorre porque os receptores dessa vitamina estão presentes nas vias de sinalização da dor muscular e podem desempenhar um papel na dor crônica. Nesse cenário, alguns estudos observam que suplementos de vitamina D em altas doses podem reduzir vários tipos de dor em pessoas com deficiência de vitamina D.
Como aumentar a vitamina D?
Antes de mais nada, é importante saber sobre as recomendações diárias dessa vitamina para o corpo. A Endocrine Society recomenda o seguinte:
Para adultos de 19 a 50 anos:
➜ Pelo menos, 600 ui/dia de vitamina D para maximizar a saúde óssea e a função muscular.
➜ Para aumentar o nível sanguíneo de 25(OH)D consistentemente acima de 30 ng/ml, pode ser necessário pelo menos 1500-2000 UI/dia de vitamina D.
Para adultos de 51 a 70 anos ou 70+:
➜ Pelo menos, 600 ui/dia a 800/dia de vitamina D para maximizar a saúde óssea e a função muscular.
➜ Para aumentar o nível sanguíneo de 25(OH)D consistentemente acima de 30 ng/ml pode ser necessário pelo menos 1500-2000 UI/dia de vitamina D suplementar.
Grávidas e lactantes:
➜ Pelo menos, 1500-2000 UI/dia de vitamina D podem ser necessários para manter um nível sanguíneo de 25(OH)D acima de 30 ng/ml.
Crianças e adultos obesos ou em uso de certos medicamentos :
➜ Se sugere, pelo menos, duas a três vezes mais vitamina D para sua faixa etária para satisfazer as necessidades de vitamina D do corpo.
A vitamina D baixa pode causar diversos problemas – e evidências indicam que o baixo status dessa vitamina está associado a uma maior mortalidade por condições, como câncer e doenças cardiovasculares. Por isso, a suplementação de vitamina D tem sido vista como uma estratégia potencial para prevenir uma série de doenças.
A forma mais segura e certeira de suplementar vitamina D é mediante a avaliação de um médico ou nutricionista, pois existem diversos formatos e dosagens de suplementos com essa vitamina além da vitamina D3 2000ui.
Existem, pelo menos, 10 alimentos com vitamina D e, ainda, há a opção de se expor ao sol. Entretanto, essas medidas podem não ser suficientes para suprir as demandas do corpo por essa vitamina. Nesse sentido, os suplementos de vitamina D podem ser grandes aliados na prevenção da deficiência de colecalciferol. Uma solução simples, fácil e prática para prevenir grandes problemas de saúde.
Referências
- Evaluation, Treatment, and Prevention of Vitamin D Deficiency: an Endocrine Society Clinical Practice Guideline
- Prevalence of Vitamin D Deficiency among Adult Population of Isfahan City, Iran
- Vitamin D
- Vitamin D’s Effect on Immune Function
- High Prevalence of Hypovitaminosis D in Indian Chronic Low Back Patients
- Fatigue and Vitamin D Status in Iranian Female Nurses
- Calcium plus vitamin D supplementation and risk of fractures: an updated meta-analysis from the National Osteoporosis Foundation
- Synergistic effect of vitamin D and low concentration of transforming growth factor beta 1, a potential role in dermal wound healing
- More than healthy bones: a review of vitamin D in muscle health
- The Role of Vitamins and Minerals in Hair Loss: A Review
Conteúdo escrito por Rafaela Galvão, publicitária pela ESPM-SUL e estudante do 7˚ semestre de nutrição na Unisul. Desenvolve projetos de comunicação e produção de conteúdo para a área da saúde desde 2016.
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