Ginecologia Natural – A autonomia do cuidado de si mesma
Você sabe o que é ginecologia natural? Ela consiste em um olhar integrativo sobre a saúde íntima feminina. Embora não seja uma nova especialidade médica, vem sendo aderida pelos profissionais de saúde da área por causa dos diversos pontos positivos que apresenta quando comparada com a ginecologia tradicional.
Esse assunto havia sido esquecido pela humanidade, mas devido aos efeitos colaterais dos tratamentos usuais, que causam prejuízos à saúde e até a perda da sensibilidade de entendimento do próprio corpo, tanto as mulheres quanto os ginecologistas viram necessidade de desenterrar os saberes ancestrais.
A ginecologia natural tem como base a utilização de plantas e o saber do corpo – e isso não significa que deixe de lado a ciência. Há diversos estudos que indicam que as infecções do trato urinário (ITU), por exemplo, no qual as mulheres são mais vulneráveis podem ser prevenidas e tratadas naturalmente.
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Índice
- O que é ginecologia natural na prática
- A relação da infecção do trato urinário (ITU) com a ginecologia natural
O que é ginecologia natural na prática
Como mencionado, a ginecologia natural se encontrava esquecida. No entanto, diante das consequências negativas dos métodos ginecológicos tradicionais, houve grande necessidade de restauração dos conhecimentos femininos das nossas mães, avós e bisavós e, hoje, ela está se ampliando no Mundo todo.
Métodos contraceptivos
Sem dúvidas, os avanços da medicina trouxeram diversos benefícios para a vida de todas as pessoas. Contudo, também fizeram com que a maioria das mulheres se afastassem das percepções do próprio corpo, como com o uso de anticoncepcionais, que atuam regulando as quantidades de hormônios no organismo.
A ingestão contínua desses medicamentos tem o potencial de mascarar a natureza cíclica da mulher e impossibilita o conhecimento de si – o que pode complicar a vida. Ainda, os anticoncepcionais aumentam o risco de trombose, predispondo a acidentes vasculares cerebrais (AVCs) e embolias pulmonares.
A ginecologia natural não vai contra o uso de pílulas em todos os casos, mas atenta que a utilização está banalizada, não sendo sempre necessária. Como uma terapia holística, leva em conta não só o corpo físico, mas a mente e a alma para escolher a melhor forma de prevenir e tratar cada situação.
A contracepção natural se dá a partir da diferenciação de características ao longo do ciclo menstrual, que inclui secreção vaginal, pele, humor, disposição, sono, sociabilidade e temperatura corporal. É perfeitamente possível perceber quando se está fértil, porém, não é comum ter educação para isso.
As opções de métodos contraceptivos não hormonais, como camisinha, diafragma e DIU de cobre também são apoiadas. É importante ressaltar que o pilar da ginecologia natural é que a mulher tenha consciência do processo para fazer suas escolhas. Quem avalia os riscos do anticoncepcional e gosta pode seguir usando.
Prevenção e tratamento de complicações e doenças
Corrimentos, distúrbios menstruais, síndrome dos ovários policísticos (SOP), miomas, endometriose, sintomas da menopausa/climatério e TPM, herpes vaginal, enxaqueca, entre muitas outras complicações e doenças, podem ser prevenidas e tratadas com o auxílio da ginecologia natural. Incrível, não é mesmo?!
Ainda, para infecções do trato urinário, frequente em mulheres devido à anatomia do corpo, também existe prevenção e tratamento auxiliar natural. Isso é muito positivo, pois, diferentemente da ginecologia tradicional, não utiliza, necessariamente, antibióticos que contribuem com a destruição da microbiota e podem causar resistência bacteriana.
A relação da infecção do trato urinário (ITU) com a ginecologia natural
Segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia, a infecção do trato urinário está entre os tipos mais comuns de infecção na população. O sexo feminino é o mais vulnerável, pois as mulheres possuem menor extensão anatômica da uretra do que os homens, e maior proximidade entre a vagina e o ânus.
“ATÉ 48% DAS MULHERES APRESENTARÃO PELO MENOS UM EPISÓDIO DE INFECÇÃO NO TRATO URINÁRIO AO LONGO DA VIDA.”
A ITU caracteriza-se pela presença de agentes infecciosos na urina, podendo causar sintomas ou não. Ela se manifesta de duas formas: cistite ou pielonefrite. A primeira acomete somente o trato urinário baixo e a segunda o trato urinário superior também e, por isso, é chamada de infecção urinária alta.
Os sintomas se diferem entre as duas. Na cistite, há geralmente incômodo, urgência e aumento da frequência para urinar e, ainda, dor suprapúbica, isto é, dor na parte inferior do abdômen. Não é comum ocasionar febre e, às vezes, pode resultar em alterações no odor, aspecto e cor da urina.
Já na pielonefrite, que se inicia comumente após um caso de cistite, ocorre de maneira regular febre alta, associada a calafrios, e dor lombar em um ou ambos lados. Esses sintomas estão presentes na maioria dos quadros e, diante disso, formam a tríade característica da pielonefrite.
Uma parcela das mulheres que tem infecção urinária vão apresentar quadros de repetição da doença, ou seja, terão em determinado período, tratarão e, mesmo assim, isso reincidirá em meses. Tais mulheres podem ter três, quatro, cinco ou mais vezes por ano, o que afeta muito a qualidade de vida.
Como comentado, o tratamento convencional é realizado com antibióticos, sendo prejudicial a longo prazo, já que os medicamentos não matam apenas as bactérias ruins, mas as boas que vivem no corpo também. Além disso, podem ocasionar resistência bacteriana. Portanto, principalmente as mulheres que sofrem com ITU de recorrência precisam se atentar ao uso e cogitar outras alternativas.
O poder do cranberry na infecção do trato urinário
Como alternativa originária de plantas, muito utilizada na ginecologia natural, o cranberry – uma frutinha pequena, redonda e vermelha – é uma ótima opção para quem tem ITU de repetição. Isso porque artigos científicos relatam a atuação de seus compostos na prevenção de ITU.
As infecções urinárias geralmente ocorrem quando as bactérias entram no trato urinário através da uretra e começam a se multiplicar. Por sua vez, o cranberry, com ação antimicrobiana, pode inibir a adesão desses microrganismos patogênicos.
Foi o que indicou o estudo “Cranberry Products Inhibit Adherence of P-Fimbriated Escherichia Coli to Primary Cultured Bladder and Vaginal Epithelial Cells“, fornecendo mais evidências para o papel de produtos com cranberry na prevenção de infecções do trato urinário.
Estudos demonstraram também que o cranberry é capaz de potencializar a ação dos antibióticos utilizados no tratamento de ITU. Ainda, outras pesquisas sugeriram que a D-manose, o açúcar da fruta, é um auxílio eficaz no tratamento da cistite aguda.
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